segunda-feira, 28 de maio de 2012

                              O medo de falar                  
                                                                                      Antonio Santana, 29/05/2012
   Era uma vez dois adolescentes que eram muito amigos e que se adoravam muito. Francisco e Luiza. Eram tão amigos, mas um dia Francisco começou a perceber que sentia algo de diferente por Luiza e não era amizade, era amor. Não disse nada a ela durante um bom tempo, pois não queria perder uma amizade e tinha medo dela rejeitá-lo. Francisco sofria tanto, fingia, sorria, chorava. Luiza nada percebia e não era culpada por isso, nunca imaginaria o sentimento que seu amigo sentia por ela.
   Passaram-se dois meses e Francisco não havia dito nada. Tinha medo. Valorizava muito aquela amizade, mas já não se aguentava de tanta paixão. Os dois estudavam na mesma aula da faculdade e isso era horrível, pois estava sempre ao lado dela e não podia amá-la. Luiza saía da sala e ele ficava esperando ela entrar. Luiza entrava na sala e ele torcia para que ela sentasse ao seu lado. Pobre Francisco!
   Um dia Luiza chegou mais tarde e não sentou ao seu lado. Ela logo depois saiu da sala para pegar um papel em outro lugar. A menina demorou e Francisco, decidiu sair de lá , pois sabia que já era hora de contar-lhe tudo. Contou um minuto em sua cabeça e quando foi sair da sala alguém também se levantou e ele voltou a sentar-se. Contou mais um minuto e saiu. Foi ao banheiro, se olhou no espelho, fez tempo. Ouviu passos no corredor e saiu rápido dali, mas não era Luiza. Foi tomar água para matar tempo e quem sabe encontrá-la no corredor. Ao perceber que não iria encontrá-la, desistiu e voltou à sala. Francisco estava na metade do corredor quando ouviu:
   - Oi Francisco!
Sim, era Luiza.
   - Oi Luiza!
   - Tudo bem contigo?
   - Sim – diz ele sem olhar direito pra ela.
   - Iih, to vendo que não ta não.
   - É, tens razão.
   - O que foi?
   - Eu queria te contar uma coisa, mas não da pra contar na aula.
   - Bom, eu vou deixar estes papeis ali dentro e daí nós vamos lá na rua e tu me conta!
   - Ta bem!
Luiza entra na sala e Francisco espera do lado de fora nervoso, ansioso.
   - Bom podemos ir lá fora agora!
Eles saem e o momento se aproxima.
   -Pode falar Francisco.
   - É que não sei como dizer... Talvez eu comece do inicio... há há! Sabe Luiza, é que de repente me apaixonei por uma pessoa, mas tenho medo de dizer a ela o que eu sinto.
   - Mas por que?
   - Acho que ela não gosta de mim. Ela é tão segura de si, não sei o que vai querer com um garoto como eu!
   - Não fala assim! Aposto que ela gosta, sim, de ti. Tu tens muito a oferecer a ela! Tu tens que ir até ela e dizer o que tu sente, dizer que a ama.
   - Não sei não. E se ela não gostar de mim?
Francisco diz isto olhando nos olhos de Luiza, que adoraria ser a menina de quem Francisco está a falar.
   - Mas e se ela gostar de ti?
   - E como vou saber?
   - Dá um tempo pra ela pensar!
   - E se ela disser não?
   - Ela dirá sim, Francisco.
   - O que faço?
   - Diga que a ama. O que tu dirias a ela agora?
Os dois se olham e ele diz:
   - Eu diria que a amo tanto, que faria tudo pelo amor dela. Eu iria a qualquer lugar com ela. Se ela fosse a outro país eu iria com ela, se ela fosse aos mares eu iria com ela. SE ELA MORRESSE... EU IRIA COM ELA!
Com os olhos marejados ele retoma e diz:
   - Obrigado, me ajudou bastante.
Os dois levantam do banco onde estavam, ela sai na frente, ele vai logo atrás, então ele diz:
   - Luiza!
Ela se vira.
   - O que?
   - EU TE AMO!
O coração acelera, o arrependimento chega e vai embora, a surpresa É presente em todo o rosto de Luiza. Ela simplesmente o olha e sai correndo, chorando, pelos corredores da faculdade. Francisco pensa em desistir, mas já chegou até aqui e não pode deixá-la pra trás. Ele corre e a enxerga sentada chorando. Ele diz:
   - Desculpe-me, eu não deveria ter dito aquilo, eu sou...
   - Para! Não fala nada. Tu fizeste o certo. Eu que fui burra e não percebi o que tu sentias.
   - É que eu não queria perder tua amizade. Te queria  perto de mim, mesmo que pra isso eu precisasse suprimir meu sentimento... Mas não chora não, não quero te ver chorar.
  - eu choro por outro motivo.
  - Qual?
  - Eu também te amo!
Neste momento os dois se olham, Francisco está surpreso, não imaginava. Um suprimia o sentimento sentido pelo outro para apenas ter mais um dia em sua companhia. Amavam-se tanto que esconderam seus sentimentos só para não magoar o outro. Neste momento estão os dois estão se olhando. Aproximam-se, Francisco limpa as lágrimas do rosto de Luiza e os dois se beijam. Durante o beijo uma lágrima cai rola por entre suas faces. Já não se sabe de quem é, pois já são um só. Estão condenados a viverem e se amarem por toda a vida. Após este beijo retornam a aula. Cada um senta-se em seu lugar, no fim saem juntos de mãos dadas e todos já sabem alegria que se passou naquele dia!

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