terça-feira, 12 de março de 2013

Desculpa por estas palavras

Pois é! Chegamos ao fim! Não sei se isso é algo bom ou ruim, estou em um ponto da vida onde tudo tanto faz pra mim. Tanto faz se deu certo, tanto faz se não deu certo. Desculpa! Por que?! Por ter prendido tua atenção em mim por tanto tempo pra depois isso, mas é que hoje alguém me fez pensar em algo. Não lhe direi o que... Enfim desculpas! Não sou o que você procura, não sou do jeito  que você esperava que eu fosse. Talvez eu não seja o tipo de pessoa que as pessoas imaginam mesmo, mas tanto faz agora. Alguém levou minha canção, como cantarei? Tudo é tão vazio e farto. Não sei você me entende, mas tanto faz agora. São as últimas palavras então desculpa. Desculpa por não ter "escrito" o que você pensou que fosse ler, mas é que talvez tenha sido melhor assim. Nunca fui de escrever sobre aventuras e coisas inimagináveis, se bem que... enfim. Desculpa por ter te feito sorrir, por ter te feito sentir especial. Prometo não fazer mais maldades como essa... Desculpa se um dia viajei no pensamento e nele você estava, mas é que era algo tão bom, tão real, me inspirava, mas agora tanto faz... Alguém desfez minha ilusão. Confesso que por vezes é bom estar iludido, pensar que aquilo pode se tornar realidade, pensar que aquelas palavras sairão do papel e voarão em uma direção qualquer, mas agora tanto faz. Desculpa por me desculpar, não queria que isso acontecesse, mas é que alguém me acordou de um sonho, me fez cair e cair e cair  e cair  e cair então acordei e você  não estava lá!  Às vezes paro de escrever lembrando de tudo que escrevi, tudo era verdade, mas agora tanto faz. Je suis ici mais tu ne me vois pas... Nunca que daria certo, nunca que poderia acontecer. Não sei como ousei sonhar tão alto, mas espera, estou falando exatamente de que? Eu digo algo e você ouve outra coisa. Normal, talvez eu esteja falando disso mesmo se você não percebeu... Das palavras mas... Enfim, o último texto, as últimas palavras, tudo isso acompanhado de um eterno "Je t'aime",  mas agora tanto faz.  Se eu fizesse tanto não estaria aqui lhe escrevendo, mas tanto faz o tanto que fiz, fiz tanto pra ti, mas pra ti tanto faz!
Un jour je vais te dire toutes les choses que tu ne sais pas!
                                                           Gros Bisous!

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Livres pensamentos


Ah! Vejo-me em um dilema. Não consigo escrever, transpassar no papel aquilo que tenho em mente e que tanto quero escrever. Conheço cada palavra, cada vírgula, cada ponto, mas parece que eles tem medo do mundo: não querem sair do meu pensamento. Ficam escondidos. Não negam que são meus pensamentos: escondidos em um canto qualquer do pensamento, calados, querendo dizer tudo o que são. Vamos lá, vamos nos mostrar ao mundo e mostrar tudo aquilo que somos capazes. Não sei quando isso acontecerá, mas enfim, não importa mais. É muita indecisão. São muitos pensamentos querendo falar ao mesmo tempo, querendo por para fora tudo o que o mundo precisa ouvir. Congestionamento. O sinal está verde, mas um de cada vez, por favor, todos em ordem, cada um a seu tempo.Pensamentos: emoções, arrogâncias, distrações, desejos, desespero, calma. Como folhas ao vento cada um vai e vai e vai e vai... O sono vem, já não consigo mais escrever, o sono vem, já não tenho controle sobre eles. Vivem como se eu não estivesse aqui... E fazem festa enquanto eu durmo. Dominam-me e eu me deixo dominar por eles. A imagem embaçada, vou desfalecendo... Deixo-me ser dominado. Já não tenho controle sobre mim: nunca tive!

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Antes de você abrir os olhos

Não tenho dúvidas que quando se abriram pela primeira vez, o mundo também abriu um sorriso tímido: daqueles que nunca se esquecem, Podem reescrever os poemas -  todos eles. Podem apagar as estrelas - todas elas. Podem esvaziar a lua cheia, interromper a eternidade e assoprar as quatro estações para outro planeta: onde essas duas luas negras que pairam no seu rosto possam brilhar sozinhas. Não queremos mais céu, nem nuvens. Não precisamos mais de chuva: eu me molho com a água que escorre das suas lágrimas, todas as noites. E o sal dissolvendo nossas mais doces lembranças é o mesmo que resolve se enfiar em algum canto alegre dos seus olhos. E ali pude sonhar acordado. E ali pude sorrir, e ao sorrir, não expus apenas trinta e dois dentes. Abri quase que um verão que não existe mais: trezentos sóis e um sorriso com o peso da incerteza. O sono foi profundo. O sonho também deve ter sido. Nunca saberemos. A única certeza é que naquela manhã ninguém mais disse bom-dia. E que seus grandes e quase negros brilharam. Como há muito não brilhavam. Os poemas, ficaram sem palavras. Só manchas. Onde estava escrito saudade, agora há ausência. E para te encontrar, era só seguir seu perfume ainda doce para te inalar, talvez espirrar de saudade e procurar teu vulto como se fosse um vício: e é. Talvez tomar um antialérgico e continuar a fugir a sua fuga, a presenciar sua ausência e redesenhar seus passos que invadem, não por mais, o bendito espaço predestinado ao seu vigia; Olho por você. Oro pelos seus olhos. Mesmo quando te vejo, distante, dobrar alguma esquina qualquer e sumir no horizonte turvo: o horizonte de quem sonha e não tem braços infinitos o suficiente para te alcançar. E mesmo se braços, eles parecem te tocar. E mesmo sem voz, eles parecem me contar histórias: daquelas que parecem não existir. Certa noite despertos, me contaram sobre uma menino que escrevia desesperadamente noite e dia, dia e noite, tentando suprir, domar a angústia até morrer com a mão torcida e a pena encostada na maciez da folha branca sem conseguir escrever as últimas palavras: talvez seu nome. E de tanto escrever, ficou doente. E  a cura era voltar a escrever. As palavras, quando escritas para alguém que não mora nos seus braços, que não vive nos seus sonhos, que aparece vez ou outra na sua realidade, são falsos remédios: placebos. Que curam, sim, mas exigem o sacrifício em troca. E a receita está escrita: não no papel, não na folha branca: mas na tela invisível que é o amor, e com tinta invisível que são os amantes. Naquela manhã, a vida precisou se descolorir para que os seus olhos grandes e quase negros pudessem brilhar sozinhos. O mundo precisou morrer para você nascer, confusa. [antes de você abrir os olhos-última parte, Antonio]

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Antes de você abrir os olhos- parte II


Eu nunca acreditei na solidão dos seus olhos, que são dois. Eles não veem a responsabilidade que tem ao carregar você. E se um chora, o outro ali do lado abafa o choro, e mesmo sem saber falar, encontra palavras de conforto; e mesmo sem mãos, sem lenço: eles se entendem. Seus olhos não poderiam pertencer a nenhum outro rosto. Só você pode fechá-los quando o medo de encarar o amor se aproxima. Só você pode abri-los quando esse mesmo medo vai embora, dobra uma esquina qualquer, se some em algum lugar bem distante do seu campo de visão: você não pertence a ninguém. Eu pertenço ao seu mundo, não porque sou seu, mas porque seus olhos me entendem. Confesso: invejo-os: só eles podem te ver dormir sem te acordar, e observar seus sonhos sem sair de dentro do seu mundo: sem sumir de você. Infelizmente, nunca tive. Não precisei. Você sempre conviveu e se manteve tão bem aqui: na minha imaginação. Sonhada e protegida pelas minhas mãos que não te tocam: não porque não querem; porque não podem. Só eles conseguem te ver por inteira: como um mirante, no porto seguro do seu coração. Ou talvez um farol que ilumina o mar negro - ora negro, ora agitado - onde as ondas mais violentas escolhem as praias mais distantes, talvez suas mãos, para quebrar sem ninguém perceber. Tenho certeza que essas ondas são amores que se encolhem serem grandes o suficiente para suportar a dor da conquista. Os amores são sempre frágeis. Os amores serão sempre dóceis. E seus olhos, naquela manhã, moveram o mundo para você despertar, todas as outras manhãs, no meu.
[antes de você abrir os olhos- parte II, Antonio]

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Antes de você abrir os olhos





Antes de você abrir os olhos, o mundo se fechou. Algumas palavras até sumiram, os poemas mais tristes parecem ter evaporado na escuridão: aquela tela negra, sem moldura, exposta na galeria infinita e inalcançável: o céu. As estrelas precisaram se apagar e ficaram imóveis, estáticas, como se admirassem algo mais brilhante do que elas: você sonhando, por exemplo. As últimas folhas se desprenderam delicadamente dos últimos galhos das últimas árvores coloridas: o outono acabou de acabar: e nenhuma outra estação quis aflorar. Nem a primavera, que combinava tão bem com a poesia da sua fala tão delicada. Nem o verão, que aquecia tão bem suas mão tão frias. Nem o inverno, que congelava cada eu te amo pronunciado pelos seus lábios finos no tempo, na neve, em nós. E os olhos grandes e quase negros que apareciam no final dos meus sonhos mais confusos, eram seus. Tenho certeza. Não absoluta, mas tenho certeza. Eles formavam duas luas cheias, circulares: símbolo da eternidade. Sim, a eternidade nasce e morre todos os dias em você. Ela precisa da sua doçura, quase maternal, para acontecer para sempre. Eram duas luas negras: talvez de planetas que nem existem mais, ou que nunca existiram, e que qualquer poeta criaria, ou recriaria só para vê-los decorando a imensidão do céu ou condecorando a pequenez do mundo diante da grandeza dos seus olhos. Elá de dentro, posso enfim observar a beleza da vida: da morte: as dores nunca sentidas: os sentimentos mais dolorosos. E ainda assim, eles riem. Sim. Sem dentes, sem lábios, sem motivos. Eles riem. E, quando sua gargalhada escapa da traqueia, o canto dos seus olhos dobra e forma pequenas rugas: pequenos caminhos: atalhos. Como se seu sorriso quisesse escapar da cadeia das suas pálpebras, que preservam encantos que você não mostrará a ninguém. É segredo. É mistério. É seu silêncio. [ antes de você abrir os olhos, parte 1-Antonio

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Algum tempo depois



Então aqui estamos nós de novo. Estou sem escrever a algum tempo, mas não porque não estivesse sentindo nada por você, mas sim porque não adianta eu escrever e escrever sem nem ao menos ter cem por cento de certeza sobre o que eu sinto. Durante esse curto tempo passei a te perceber melhor, seu jeito, suas manias, seus defeitos que me irritam, mas que fazem com que eu me atraia por você cada vez mais. Tive ciúmes, mas não deixei que você percebesse. Eu acho. Não sei do seu sentimento, mas sei que a cada dia cresce mais o que eu sinto, mesmo muitas vezes você não estando nem ai pra mim. Não sei bem o que escrever, pois já lhe disse tantas coisas. Essa noite eu tive um sonho, sonhei com você, acordei e senti a sua ausência...  A noite foi tão longa, mas tudo bem. Fico feliz, pois no outro dia vou te ver, mas ainda não posso te dizer nada. A vontade é grande, mas Ele me diz: espera mais um pouco, aguenta firme, fica calmo e espera. Sabe, o jeito é resistir a tudo, a essa vontade de lhe falar cada vez que te vejo, esse ciúmes que surge às vezes, e até seus defeitos e manias que me irritam. Tudo ao seu tempo pra que ele não lhe leve de mim. “Resistindo a tudo seremos dois velhos felizes de mãos dadas numa tarde de sol...”