segunda-feira, 30 de julho de 2012

Início do fim


                                                                       Antonio Santana, feito em 20/10/2012
No início ninguém conhecia nada.
Era tudo tão bruto.
O céu usava apenas luto,
E a vida era tão parada
E a vida era tão sem vida.
Aos poucos o céu clareou
E a terra quente esfriou.
A vida surgiu de repente,
Calminha e muito carente
Até que um dia um ser assim surgiu.
Andava sobre duas pernas,
Tinha polegares e uma mente desenvolvida, destruidora.
Que pena! Ele evoluiu!
Trouxe felicidade, Mas também trouxe a guerra.
Revelou toda verdade e explorou toda terra.
Cavou até onde pode.
Bebeu o que pode.
Comeu o que pode.
Caçou o que pode...
Matou o que pode.
Podia ter feito melhor.
Matava a si mesmo e nem sabia.
Um dia pensou que tudo tinha chegado ao fim,
Mas mesmo assim continuava a errar.
E o mundo tinha sido tão lindo!
Revoltou-se contra si mesmo.
Deixou os pequenos viverem a esmo.
E na hora de ajudar, se escondeu.
E hoje um ditador morreu e mais um mundo caiu...
E ninguém fez nada para o mundo voltar a ser o que era.
Apenas viraram as costas,
Esconderam-se em casa,
Deitaram na cama,
Fizeram de conta,
Fecharam os olhos 
E até conseguiram dormir.
Abandonaram o mundo que caiu e caiu
E caiu e caiu...

domingo, 29 de julho de 2012

Quem é ele?


                                                                 Antonio Santana, 16/07/2011

La vai ele de novo.
Mais um dia , o mesmo dia.
Ás vezes ele é feliz.
Ás vezes... É diferente.
Convive com a gente
E ninguém sabe dele.
O tempo foi passando
E ele se transformando.
Mudou mais de uma vez.
Andou por aí rindo e chorando
E as pessoas, maldosas,
Cada vez mais dele falando.
Mudou outra vez.
Dele falavam, mas nunca lhe perguntaram
Porque ele tinha um olhar tão duro
E nem sabiam que ele
Sentia saudades de amigos
Que não via a mais ou menos um dia.
Convive com a gente
E ninguém sabe dele.
Conheceu pessoas alegres
E também era.
Paixões?
Demais.
Por ele?
Quem dera.
Convive com a gente
E ninguém sabe dele.
Não sabiam que ele se importava
Com os pequenos gestos.
E alguém ás vezes falava
Que ele era um pouco sentimental,
E que sua vida tinha virado
Uma espiral
Que girava e ia girando...
E no fim do dia acabava e ia acabando, acabando...
Conviveu com a gente
E ninguém soube dele.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Diálogo da partida



                                                                                                    Antonio Santana, 25/06/2012
E dizes: estou indo embora!
E digo: não vá!
Dizes: não posso ficar!
Digo: mas é preciso que fiques!
Dizes: mas o que ganho se eu ficar?
Digo: a certeza de que sempre irei te amar.
Dizes: e como saberei se não dizes isso a todas que por ti passaram?
Digo: sim, eu já posso ter dito isso a todas que por mim passaram, mas agora tenho a certeza de que sinto algo que nunca antes senti.
Dizes: e se não tiveres a certeza de que me amas? E se achares que estás amando mais uma vez e for em vão?
Digo: tenho a plena certeza que não.
Dizes: dizes isso com tanta afirmação, parece que nunca mais te apaixonarás.
Digo: sim, o que sinto por ti não é paixão é algo que nem mesmo a palavra “amor” pode definir.
Dizes: e se nem sabes o que sentes por mim, como poderei confiar em ti?
Digo: sei sim o que sinto por ti e quero descubras quando a ti eu entregar meu coração.
Dizes: não sei se posso ficar, pois o mundo me espera.
Digo: não precisas ficar, pois te esperarei durante toda minha vida neste mundo e se esta não for o suficiente, te espero do outro lado e na outra e em quantas for preciso.
Dizes: são lindas tuas palavras, mas preciso ir embora.
Digo: posso ir contigo?
Dizes: não aguentarás viver como vivo.
Digo: só em viver ao teu lado já faz aliviar toda suposta dor e tédio que há no mundo.
Dizes: então se me amas, venha comigo.
Digo: sim, eu irei e seremos felizes neste mundo que foi nos dado para reinarmos sobre ele.
Dizes: seremos felizes, praticaremos o bem e viveremos do nosso amor.
Digo: amor, amor, amor!
Dizes: amor, amor, amor!
Digo: vamos o mundo nos espera, pois somos os anjos que nele habitam.
Dizes: sim, cumpriremos o que viemos aqui realizar e voltaremos juntos para de novo voltar e realizar tudo outra vez.
Digo: tudo outra vez. Amor, te amo!
Dizes: amor, te amo!
E saíram de mãos dadas praticando o bem no mundo e viverem felizes para sempre!